POP ROCK
26 Março 1997
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26 Março 1997
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Barabàn
La Santa Notte dell’Oriente
ASSOCIAZONE CULTURALE BARABÀN, DISTRI. MC - MUNDO DA CANÇÃO
Como o Natal é todos os dias, esta colecção alusiva à época, com assinatura dos celtas da Lombardia, os Barabàn, faz todo o sentido. Quem quiser seguir a estrela terá que acompanhar os Reis Magos e descer no presépio onde nasceram estes 11 temas, subdivididos numa miríade de canções, cuja exacta localização geográfica pode ser verificada no pequeno mapa que o grupo italiano inclui no livrete. No Norte de Itália, por onde andaram os celtas, a herança cristã confundiu-se com a religiosidade pagã dos séculos anteriores. E resulta esta mistura, onde os cânticos de louvor a José, Maria e o Menino dão inocentemente as mãos ao culto da Natureza e às cerimónias mágicas. Multiplicidade religiosa e cultural que os Barabàn aproveitaram para, por seu lado, diversificarem o modo como colheram, a ocidente e oriente, as flores musicais do Natal. Abriram mão da rigidez que poderia advir do dogma religioso, para variarem o estilo e a cor musicais, tirando máximo partido da parafernália instrumental que têm à sua disposição (acordeão, teclados, sanfona, “bouzouki”, ocarina, violino, “piffero”, clarinete, “darbouka”, “ghatam”, gaita-de-foles, harmónica, etc.). Mas, apesar de tudo, como é Natal, haja respeito e, neste aspecto, os Barabàn refrearam a sua fome de electricidade, pondo de lado alguns excessos de sintetizadores e sequenciadores, que batem forte e feio nos anteriores “Naquane” e “Barabàn Live”. A gaita-de-foles de Paolo Ronzio, na introdução de “Nina” é, por si só, uma oração. Entre o calor das polifonias, suspiros de música antiga, sinos pendurados na voz de uma criança e luzinhas a apagar e a acender no abeto. Um álbum de tez antiga, sem espinhas, para ouvir de noite, devagar. Noite feliz. (8)
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