31/12/2008

Novo álbum de Sérgio Godinho em fase de misturas

POP ROCK

26 Março 1997

Novo álbum de Sérgio Godinho em fase de misturas

Sérgio Godinho saiu dos estúdios Cha Cha Cha – onde esteve a gravar durante um mês – na passada sexta-feira, terminando a fase de gravações do que será o seu próximo álbum de estúdio, primeiro desde “Tinta Permanente”, de 1993. Anteontem, o cantor-compositor partiu para Paris, onde efectuará o trabalho de mistura e masterização. O álbum tem, na maior parte dos temas, direcção musical e produção de Manuel Faria, funções que, noutros temas, partilha com o próprio compositor e com Paulo Pulido Valente.
Trabalho colectivo por excelência, “um disco de músicos”, como o próprio Sérgio Godinho fez questão de salientar, os arranjos dividem-se por Manuel Faria (em quatro temas), Kalu, dos Xutos e Pontapés (dois temas), Tomás Pimentel, João Aguardela, dos Sitiados, Jorge Constante Pereira, José Mário Branco (colaboração que põe termo a um longo intervalo de “separação” entre os dois músicos), havendo ainda um tema arranjado por vários elementos dos Rádio Macau.
Com a participação de cerca de 40 músicos, incluindo um quarteto de cordas e um naipe de metais, o novo álbum de Sérgio Godinho terá Kalu a tocar bateria na maioria das canções, com participações ocasionais, neste instrumento, de Sérgio Figueiredo, dos Despe e Siga, André Sousa Machado e Rui Alves. Nani Teixeira toca baixo e Nuno Rafael, também dos Despe e Siga, encarrega-se da guitarra eléctrica. Outros convidados são Ricardo Rocha, na guitarra portuguesa, Tito Paris, na guitarra, e Carlos Guerreiro, que participa numa versão “reformulada” e “irreconhecível” de um tema que faz parte do alinhamento do álbum de estreia dos Gaiteiros de Lisboa, “Invasões Bárbaras”.
Segundo Sérgio Godinho, é um álbum “que aponta em várias direcções, extremamente aberto ao nosso tempo, com um caminho central reconhecível”, onde se cruzam as “leituras” características do autor de “Pano-Cru” com as “contribuições de Manuel Faria e dos outros músicos”. Há ainda algumas “rupturas”, ou “evoluções”, onde se apontam “novas pistas”, num disco “mais agreste” e com um som “mais sujo” do que os anteriores. “Histórias contadas” e “coisas que não são histórias”, onde se misturam ambientes que passam por Kurt Weill, “loops” de bateria, ritmos de chula e “rock” do duro, percorridos pelas habituais personagens saídas da imaginação de Sérgio Godinho.
Só depois da chegada de Paris, onde Sérgio irá permanecer uma semana, é que será decidida a data de lançamento do novo álbum.

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