09/09/2008

Dome + Duet Emmo

Pop Rock

27 JANEIRO 1993
REEDIÇÕES

DOME
Dome 1 & 2 (8)
Dome 3 & 4 (7)
DUET EMMO
Or so it Seems (7)
CD Mute, distri. Edisom

Em alternativa aos Wire, Duet Emmo e Dome designam dois dos vários projectos (houve outros: Cupol, Mzui, He Said…) criados por Bruce Gilbert e Graham Lewis fora da banda-mãe. Libertos do contrapeso de Colin Newman, responsável pela manutenção dos Wire dentro dos limites da pop (na transição dos anos 70 para os 80, era apelidada de “new wave”) mais ou menos acessível, a música pode aqui desenvolver experimentalismos que à época soavam como radicais e se inscreviam num outro género que então despontava, a “cold wave”, personificada por nomes como Thomas Leer, Robert Rental, Fad Gadget, ou pelos primeiros Cabaret Voltaire e Human League.
No caso dos Dome música mecânica, construída a partir da sobreposição cíclica de “loops” e módulos rítmico/melódicos em constante fragmentação, e, ao mesmo tempo, deliberadamente “suja”, na escolha de timbres tornados sinais de marca dos grupos industriais. Os volumes 3 e 4, respectivamente de 1980 e 1981, limam algumas arestas e alargam um leque instrumental que nos dois primeiros álbuns se fica pela combinação, muito em voga nesses anos de guerra fria, de electrónica dura, mais percussões metalúrgicas. Facto a que não é alheia a presença de convidados como Daniel Miller, Eric Radcliffe e Vincent Clarke, então vocalista dos Yazoo, entre outros.
O disco dos Duet Emmo, é mais sofisticado em termos de sonoridade, embora bastante menos aventuroso em termos de estética e exploração de novas ideias musicais. Oscila entre temas vagamente em forma de canção (“Or so it seems”), vassalagens aos Kraftwerk, e a obscuridade ambiental depressiva, em quinze minutos de dilúvio de ruído (“Long deluge”). Numa altura em que a “cold wave” começava a dar lugar a uma descendência mais inofensiva (Yazoo, Depeche Mode, Orchestral Manoeuvres in the Dark, Heaven 17, Human League da segunda fase), os dois Wire mantiveram bem erguida a bandeira do experimentalismo, inventando novos lugares onde pudessem dar livre curso ao excesso e à excentricidade.

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