09/11/2008

Sally Oldfield - Three Rings

Pop Rock

25 de Maio de 1994
ÁLBUNS POPROCK

Sally Oldfield
Three Rings
MSM Music, distri. BMG

Que têm em comum Enya, Loreena McKennitt, Mae McKenna, Maggie Reilly e Sally Oldfield? Resposta: a música de todas elas (a que poderíamos acrescentar os actuais Clannad e Capercaillie, grupos nos quais pontificam vocalistas femininas que se tornaram do mesmo quilate) é chata. Chata, enjoativa e, na pior das hipóteses, pretensiosa. Todas elas se embrulham nas farpelas coloridas da “new age” e o “céltico”. Todas elas não fazem ideia do que pode e deve ser cada uma destas referências. Sally Oldfield, portanto, pertence ao grupo das chatas. Em “Three Rings”, aflora como seria de esperar, a sua veia mística, apesar de, na capa, a mana de Mike Oldfield se deixar fotografar com a roupa interior bem à vista. Mas o misticismo não é também isto mesmo, a revelação do interior? Bem, logo no tema de abertura somos siderados pela poesia: “Do caos vem a força, o azul ofuscante e sem medo da vida e do amor, e a luz infinita do espírito que és tu.” O final é uma caixinha de música num instrumental sobre o mago Merlin. O resto é tudo menos uma caixinha de surpresas: previsível e amorfo, na tradição do pior “MOR” (“middle of the road”). Sintetizadores envernizados, harpas de plástico, vocalizações todas elas ternura e bichinhos de peluche. Sally Oldfiel aprendeu também, claro, a ser “étnica”. Daí haver um refrão numa língua qualquer mágica e um tema chamado “Survival” em que as percussões são praticamente iguais às de uma sequência célebre de “Ommadawn”, um dos (bons) álbuns do mano Mike. O mais espantoso é que a par de uma caramelada intitulada “Summer of love” há em “Three Rings” um outro Verão bem mais apetecível à mão de Sally Odfield, “Summer in my hand”, uma canção simples com o melhor que uma canção pode ter: uma bonita melodia. Sally Oldfield parece não ter compreendido que, no seu caso, mais do que isto é demais. (3)

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