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4|MAIO|2001
escolhas|discos
MATMOS
A Chance to Cut is a Chance to Cure
Matador, distri. Zona Música
8|10
É
o novo álbum dos Matmos, M. C. Schmidt e Drew Daniel, indivíduos de gostos
estranhos, filhos de médicos, para quem um dia bem passado é permanecer 24
horas numa sala de operações a gravar o som da carne esquartejada e
esturricada. Pode soar mórbido, mas os resultados justificam os procedimentos –
cirúrgicos – utilizados. Em “L.A.S.I.K.”, o som das serras de laser funciona
como uma “groove box” para o drum’n’bass mais experimental, a fonética
pediátrica de “Spondee” transforma-se em house viciante, os Dat Politics não
utilizariam melhor um crânio, em “Memento mori”. Os sons do corpo manipulado
pelos bisturis confundem-se com os sons sintéticos do estúdio, numa laboratório
virtual onde a eletricidade e a mecânica moldam os corpos e estes determinam o
“corpus” da música. O tratamento é radical, mas no bloco pós-operatório
dança-se, sem recurso a anestesia.
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