CULTURA
QUARTA-FEIRA, 30 JUN 2004
EUGENE CHADBOURNE NO PORTO E EM LISBOA
Eugene Chadbourne merece ser
considerado um dos excêntricos mais inovadores do “underground” nova-iorquino.
Aos 50 anos este lunático que chamou à sua própria música LSD C&W (“LSD
country & western”) apresentará em Portugal – em dois concertos, hoje, no
Porto, e amanhã, em Lisboa – a sua mistura de folk ácida, jazz, rock e guitarra
“bottleneck” servidos com uma boa dose de humor.
Influenciado
pelos Beatles, Chadbourne começa a interessar-se pela experimentação depois de
ouvir Jimi Hendrix, desenvolvendo técnicas especiais com caixas de “fuzz” e
pedais de distorção. Acabou por trocar a guitarra elétrica por uma acústica. O
jazz percorre-lhe as veias. Ouve Coltrane e Roland Kirk. Mais tarde Derek
Bailey e Anthony Braxton. Torna-se jornalista e declara-se objetor de
consciência, seguindo para o Canadá em vez do Vietname. Regressa aos EUA em
1976 para mergulhar a fundo na cena “downtown”, gravando o seu primeiro álbum a
solo, “Solo Acoustic Guitar”, e iniciando colaborações com John Zorn e Henry
Kaiser.
Desenvolve um
estilo muito pessoal, inclassificável. Uma mistura de improvisação livre,
música de protesto, jazz vanguardista e vocalizações estridentes. Nos anos 80
forma com Kramer os Shockabilly, onde ilustra o seu modo particular de encarar
a música rockabilly. Em 1987, grava o tal “LSD C&W” e junta-se aos Camper
Van Beethoven para a gravação de um álbum de “covers”.
Colabora com
Fred Frith, Han Bennink, Toshinori Kondo e Elliott Sharp e, no rock, com os
Sonic Youth, Butthole Surfers e They Might Be Giants. Desde então, a sua lista
de álbuns cresce interminavelmente, abarcando títulos como “The President He Is
Insane”, “Dinosaur on the Way”, “Corpses of Foreign War” (com os Violent Femmes),
“Vermin of the Blues”, “Country Music of Southeastern Australia” e “I Support
the Troops and I Want my Money Back”. Tanto toca versões de Tom Jobim e dos
Motorhead como faz a transposição para banjo de uma “suite” de Bach. O seu
ecletismo, aliado ao humor e à espontaneidade, permite-lhe, como diz a revista
“Wire”, “subir a qualquer palco em qualquer parte do mundo e, instantaneamente,
fazer com que o mais difícil dos públicos se renda ao seu trabalho.”
Eugene Chadbourne
PORTO Café Concerto Rivoli.
Tel.: 223 392 219.
Hoje, às 22h30. Bilhetes a 5
euros.
LISBOA Galeria Zé dos Bois.
Tel.: 213 430 205.
Dia 3, às 21h30. Bilhetes a
7,5 euros.
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