13/02/2020

Paco de Lucía - Cositas Buenas


20|FEVEREIRO|2004 Y
discos|roteiro

PACO DE LUCÍA
Cositas Buenas
Ed. e distri. Universal
7|10

Melhor “Cositas Buenas” do que nada. Paço de Lucía, um dos magos do flamenco, é incapaz de fazer maus discos. O “duende” pode estar mais ou menos adormecido dentro de si mas pode sempre esperar-se alguma chama. Sem o esplendor de álbuns como “Entre Dos Aguas”, “Siroco” ou “Almoraima”, “Cositas Buenas” impele à dança dervíchica e induz à sensualidade, dando voz e corpo à modernidade que tem sido desde sempre apanágio do guitarrista. O flamenco funde-se com o jazz rock no título tema e em “Antonia”, e com África, em “El dengue”. Estão presentes as palmas, os olés de incitamento e, na melhor de todas estas coisinhas boas, a voz de Camarón de la Isla (há aqui um enigma por resolver: as composições são novas, a voz não parece samplada mas a verdade é que o cantor há mais de dez anos que deixou o mundo dos vivos…) e a guitarra de Tomatito, em “Que venga el alba”. As bulerias, tangos, rumbas e tientos de “Cositas Buenas” mais do que fogo são água que refresca. A limpidez com que Paço de Lucía a faz nascer permanece impoluta.

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