Sons
27 Dezembro
2002
JAN
JELINEK
Computer
Soup
Audiosphere, distri. Ananana
8|10
Ao cair do pano, a eletrónica levanta a
voz para proclamar que em 2002 nem tudo se volatilizou na cadeira elétrica do
“electroclash”. Jan Jelinek pertence à mesma família de Fennesz, artistas para
quem a noção de entretenimento não obriga a reconhecimentos ou identificações
imediatas. Radiações modulares, interferências subliminares, paisagismos
delineados com estática e ruído branco, resíduos de programações dão sabor a
esta “sopa de computador” que em nenhum momento esfria na preguiça de “grooves”
manufaturados a metro. Jelinek pesquisa metodicamente as fronteiras do digital,
trazendo para a sua mistura a crepitação espectral do “clicks & cuts”, “loops”
em banho de ácido, a aleatoriedade (“Hot barbecue” sucede, 28 anos depois, ao
monstruoso estúdio/sintetizador Kaleidophon deixado à solta por David Vorhaus
num dos movimentos de “White Noise 2 – Concerto for Synthesizer”), o
“krautrock” para o novo milénio de “The post-anthem” e um tom jazzístico que em
“Straight life” e “Ballads” traz à baila o Miles Davis elétrico.
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