Sons
27 Setembro
2002
PYROLATOR
Inland
Ata Tak, distri Symbiose
8|10
Agora que a salvação (pelo menos para os
próximos três meses…) da pop a fingir de adulta está na recuperação enfadonha
dos trejeitos da eletrónica comercial dos anos 80 e que, de Moby aos DAT
Politics, anda toda a gente entretida a deixar fugir a personalidade, convém
recordar os que há mais de 20 anos fritaram os bifes que os talhantes de hoje
transformaram em hambúrgueres. Pyrolator, aliás Kurt Dahlke (ex-Der Plan), foi
um dos precursores. Se o posterior “Wunderland” deu de mamar às “funny
electronics” em voga, foi “Inland”, estreia de 1979 do músico alemão, que
escreveu as primeiras páginas do que, nos 80’s, viria a aligeirar-se sob a
forma de “pop industrial”, na leitura de Thomas Leer, Robert Rental ou Fad
Gadget. “Tape collage”, sintetizadores analógicos regulados de maneira
contrária às recomendações do fabricante e uma sensibilidade tipicamente
“kraut” montam um sistema de referências que passam pelo “bruitismo” oleoso, o
industrial lúdico dos Cluster, passagens de sequenciadores ominosos ao modo dos
Heldon e a fantasmagórica algazarra de crianças a brincar no pátio que os
Tangerine Dream recortaram em “Phaedra”. Essencial.
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