6 MARÇO 1991
REEDIÇÕES
ROLLING STONES
More Hot Rocks (big hits & fazed cookies)
LP duplo, London
Primeira editora dos Stones, a London aproveitou a “Jungle Tour” do ano passado para as recompilações da praxe. Depois de um primeiro “Hot Rocks” com os êxitos todos, esticou muito o pescoço e atirou cá para fora mais quatro lados inteirinhos tirados do material que gravaram entre 1964 e 1972. Por ordem (mais ou menos) cronológica, que é aquela que permite maior arrumação, ou seja, a mais rápida e fácil. Depois é só esperar que o peixe pique. Nada de especial, senão para os fanáticos e os novatos, aqueles que vão a todas: “Tell me” e “It’s all over now” (do álbum estreia de 1964), a versão de “Not fade away”, de Buddy Holly, “The last time”, de “Out of Our heads” (1965), “I’m free” e “Out of time”, de “Aftermath” (1966), correspondentes à fase áspera dos rhythm’n’blues, como aperitivo. Um saltinho até 1969 e ao clássico “Lady Jane”, para recordar a voz cínica e sensual de Mick Jagger nos seus melhores tempos. Desse ano em que gravaram um dos seus melhores discos de sempre – “Let it Bleed”, incluem-se ainda o título-tema e “Sittin’ on a fence”. De “Their Satanic Majesties Request” – por muitos considerado um monumental fracasso, uma obra a todos os níveis falhada e que este crítico considera, ao invés, como o seu melhor – recuperam-se “She’s a rainbow” (que maravilha!) e o estonteante/incompreensível e orgulhosamente psicadélico “2000 light years from home”. Mas há mais, embora de menos – onde estão os clássicos todos, omitidos sem que nos seja dada qualquer “satisfaction”? Está bem, a intenção não é essa, mas a de divulgar os temas mais obscuros. Acontece que, no caso dos Stones, os tais clássicos, como “Brown sugar”, “Street fighting man”, “Sympathy for the devil”, “I can’t always get what you want”, “Jumpin’ Jack flash”, entre tantos outros, correspondem, de facto, às suas melhores canções. **
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