05/12/2014

"Brasilecto" passa às meias-finais [Zuco 103]



SEGUNDA-FEIRA, 26 JUNHO 2000 cultura

Zuco 103 tocaram na Foz do Douro

“Brasilecto” passa às meias-finais

“BRASILECTO”, música do Brasil mais eletrónica – assim se autodefinem os Zuco 103, banda multinacional onde pontifica a cantora brasileira Lilian Vieira, que no próximo dia 1 de Julho se apresenta no Tivoli, em Lisboa, integrada na programação do Festival Cosmopolis. A estreia nacional ao vivo do grupo aconteceu, porém, no sábado passado, na Esplanada da Luz, na Foz do Douro, no Porto, a propósito da apresentação oficial do festival Ritmos/Festas do Mundo (ver suplemento Artes da última sexta-feira).
            Perante um público acalorado que se espalhava pelos diversos patamares da esplanada, os Zuco 103 apresentaram a sua mistura retrofuturista de sonoridades brasileiras do passado, funky, jazz-rock, desvarios eletrónicos analógicos e batidas de dança, um “cocktail” apropriado para o calor da noite que se fazia sentir e que também poderá ser apreciado no álbum de estreia do grupo, “Outro Lado”. No seu pior, os Zuco 103 deixam-se cair no mesmo tipo de brasileiradas chiques dos Smoke City, quando não se confundem com uma qualquer banda revivalista dos anos 60 e 70 em temas como “O Homem da Gravata Colorida”, de Jorge Ben. Mas quando engrenam, os Zuco 103 conseguem ser algo de muito especial, não tanto pelas vocalizações da deveras interessante e bem humorada Lilian Vieira (não se cansou, durante toda a noite, de saudar a vitória portuguesa no Euro 2000, contra a Turquia, espantando-se com o pouco entusiasmo do público presente, nesta matéria…), mas pelas extraordinárias capacidades e imaginação do seu “DJ”, um portento na arte do “scratch”.
            Houve longas sequências de funky, momentos de samba, dissertações várias em redor da MPB e até uma “sessão de aeróbica” (“Zabumba no Mar”) que serviu para Lilian mostrar os seus talentos de “rapper”, ela que ao jantar elogiara a seleção portuguesa de futebol, o cabrito assado devorado ao almoço, os Suba e Amon Tobin.

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