SEGUNDA-FEIRA,
26 JUNHO 2000 cultura
Zuco
103 tocaram na Foz do Douro
“Brasilecto”
passa às meias-finais
“BRASILECTO”, música do Brasil
mais eletrónica – assim se autodefinem os Zuco 103, banda multinacional onde
pontifica a cantora brasileira Lilian Vieira, que no próximo dia 1 de Julho se
apresenta no Tivoli, em Lisboa, integrada na programação do Festival Cosmopolis.
A estreia nacional ao vivo do grupo aconteceu, porém, no sábado passado, na
Esplanada da Luz, na Foz do Douro, no Porto, a propósito da apresentação
oficial do festival Ritmos/Festas do Mundo (ver suplemento Artes da última
sexta-feira).
Perante
um público acalorado que se espalhava pelos diversos patamares da esplanada, os
Zuco 103 apresentaram a sua mistura retrofuturista de sonoridades brasileiras
do passado, funky, jazz-rock, desvarios eletrónicos analógicos e batidas de
dança, um “cocktail” apropriado para o calor da noite que se fazia sentir e que
também poderá ser apreciado no álbum de estreia do grupo, “Outro Lado”. No seu
pior, os Zuco 103 deixam-se cair no mesmo tipo de brasileiradas chiques dos
Smoke City, quando não se confundem com uma qualquer banda revivalista dos anos
60 e 70 em temas como “O Homem da Gravata Colorida”, de Jorge Ben. Mas quando
engrenam, os Zuco 103 conseguem ser algo de muito especial, não tanto pelas
vocalizações da deveras interessante e bem humorada Lilian Vieira (não se
cansou, durante toda a noite, de saudar a vitória portuguesa no Euro 2000,
contra a Turquia, espantando-se com o pouco entusiasmo do público presente,
nesta matéria…), mas pelas extraordinárias capacidades e imaginação do seu
“DJ”, um portento na arte do “scratch”.
Houve
longas sequências de funky, momentos de samba, dissertações várias em redor da
MPB e até uma “sessão de aeróbica” (“Zabumba no Mar”) que serviu para Lilian
mostrar os seus talentos de “rapper”, ela que ao jantar elogiara a seleção
portuguesa de futebol, o cabrito assado devorado ao almoço, os Suba e Amon
Tobin.
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