Y
9|FEVEREIRO|2001
escolhas|discos
GHYMES
Rege
Fono, distri. Megamúsica
8|10
A
juntar a outras bandas folk húngaras como os Muzsikas, Kolinda, Vasmalon,
Vizönto, Sebö Ensemble, Vijicsics, Mákvirág ou Zsarantnók, os Ghymes surgem,
julgamos que pela primeira vez, no mercado português, com “Rege”. Com toda a
justiça e o entusiasmo que nos provocou a audição, literalmente a abrir, do
título-tema, irresistível celebração de canto e música cuja extroversão
dionisíaca revela o carater ritual inerente a todas as danças tradicionais,
enquanto “Bazsarózsa” faz lembrar, estranhamente, a Brigada Victor Jara, nos
seus momentos de recolhimento. Com mais ou menos cedências aos cânones (a
eletrónica é usada de forma espantosa em “Csönd”), desprendem-se da música dos
Ghymes a essência e o mistério balcânicos, com efeitos avassaladores nessa
outra bebedeira de barbárie emocional que é “33”, ou balsâmicos, em baladas de
toada medieval – quem se lembra dos Amazing Blondel? – como “Azért ne bãnködjál”
e “Eskü”, em delicados recortes de cimbalom, flauta, harpa e gaita-de-foles.
Música com sabor a gelado de lua.
Sem comentários:
Enviar um comentário