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22|DEZEMBRO|2000
escolhas|discos
MUTANTES
Mutantes
Omplatten, import. Lojas Valentim de Carvalho
9|10
Lucy
no céu com as estrelas era brasileira e chamava-se Rita Lee. E o psicadelismo
era um arco-íris tropical a brilhar no coração brasileiro dos Mutantes. Em
1968, “Mutantes”, segundo álbum desta banda única na MPB, confirmava tudo o que
o álbum de estreia prometera. Nas cabeças de Rita Lee e dos irmãos Arnaldo,
Sérgio e Cláudio Baptista fervilhava uma imaginação e um humor sem limites,
transposta para canções onde a originalidade das ideias – um caleidoscópio de
folk sertanejo, classicismo, eletrónica e ilusionismo pop – apenas tinha
paralelo na revolucionária utilização do estúdio como instrumento musical. O
mundo dos Mutantes era isso mesmo: a mutação mental, o sonhar acordado em forma
de canção, a alucinação fixada para a eternidade na fita que desacelera em “Dia
36”, até ficar “em branco o seu pensar” e “toda uma vida embaciando o seu
olhar”.
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