Sons
2
Agosto 2002
ALTAN
The Blue
Idol
Virgin, distri EMI-VC
7|10
Embora embrulhado em formato gráfico e
produção “Enya”, “The Blue Idol” não envergonha a anterior produção de uma das
bandas folk mais promissoras dos anos 80, marcada, desde cedo, pela adversidade
(a morte prematura do extraordinário flautista Frankie Kennedy). É um álbum com
a serenidade da idade adulta, onde mesmo os jigs e reels denotam melancolia,
como se os fantasmas do passado não tivessem sido ainda exorcizados. Os
convidados de luxo (Lyam O’Flynn, Donal Lunny, Paul Brady, nada mais nada menos
do que três ex-Planxty, Dolly Parton…) são uma mais valia, mas apontam-se
fraquezas na utilização pontual, mas pouco feliz, de um saxofone pimba, ou na
estranha falta de ousadia de alguns dos momentos instrumentais. Se os Altan
ainda estão tristes, conseguiram, porém, tirar o melhor partido desse
sentimento, numa canção que é das mais belas e tocantes dos últimos anos:
“Daily growing” – emocionante dueto vocal de Mairéad Ní Mhaonaigh e Paul Brady
sobre o tema da perda.
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