25/08/2016

Billy Bragg - Don't Try This At Home

BILLY BRAGG
Don’t try this at home
LP duplo/CD, Go! Discs, distri. Polygram



            Nem em casa nem noutro lugar qualquer. Billy Bragg prossegue a sua saga contra as injustiças do mundo, com os ocasionais interlúdios amorosos de permeio. Em relação a discos anteriores, assiste-se a um refinamento da produção (uma concessão ao “music-hall” que chegou ao ponto de o próprio produtor se chamar “Showbiz”), e até (pasme-se) do desempenho vocal deste “cantor de protesto”, para quem a música pop é o meio ideal de propaganda de uma boa (ou má) ideologia. As referências musicais são variadas, para que a mensagem seja destilada da forma o menos enfadonha possível. Há um pouco de tudo em “Don’t try this at Home”): ecos de Leonard Cohen (“Moving the Goalposts”), dos Moody Blues (será possível? – em “Cindy of a thousand lives”), de Julian Cope (“Trust”, “Sexuality”), juntamente com as cordas, plenas de dramatismo, de “Rumours of war” ou o encosto à country em “You woke up my neighbourhood”. Entre a vulgaridade mais ou menos bem disfarçada, o melhor acaba por ser as letras, um catálogo completo das obsessões e preocupações do autor. Para dourar a pílula, não falta sequer a ajuda de nomes como Michael Stipe e Peter Buck (dos REM), Kirsty McColl, Johnny Marr e Danny Thompson, em “Dolphins”, uma das canções verdadeiramente belas de um álbum subjugado pelo peso da “mensagem”. **

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