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24|Novembro|2000
escolhas|discos
ANNETTE PEACOCK
An Acrobat’s Heart
ECM, distri. Dargil
7|10
Fiel
desde os anos 70 a uma atitude “low profile” e a uma música equidistante do
jazz e do rock, Annette optou desde o início por uma vertente poética feminista
aliada a um erotismo mais da mente que do corpo num híbrido que ia do jazz
minimalista ao rock e à balada jazzy, com passagens esporádicas por um rap tão
pessoal quanto interventivo. “X-Dreams” e “Sky-Skating” ilustram da melhor
forma a sua personalidade. Com a entrada na ECM assiste-se ao inevitável apuro
das formas, mesmo quando a esta depuração quase ascética corresponde uma música
mais distante do que nunca. Sozinha com a sua voz, um piano e o acompanhamento
elegante das cordas do Cikada String Quartet, Annette contempla-se ao espelho
na nudez de baladas de um classicismo sem contrastes cujo equilíbrio depende,
ainda e sempre, da carga poética das palavras.
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