29
de Setembro 2000
PORTUGUESES
More República
Masónica
Chemical
Love Songs (7/10)
Metrodiscos, distri. Zona Música
Os
More República Masónica são um caso raro de fidelidade a uma causa que muitos
consideram perdida: o rock. É dentro deste quadro que o quarteto tem evoluído,
acrescentando sucessivos ingredientes a uma música que insiste em não se
desvincular das raízes, sejam elas o som de Seattle do início da década ou,
recuando ainda mais na procura de alicerces, o clássico hard rock dos anos 70
personificado pelos Led Zeppelin. “Chemical Love Songs”, com produção de luxo
entregue a Jack Endino, é definida pelo grupo como a “banda sonora inspirada
nos fracassos e nos sucessos da vida diária”. Logo no tema de abertura,
“Chemical love intro”, os More investem numa vertente, o Psicadelismo, ao qual
têm dado crescente atenção à medida que o som tem progredido do clube dos
peso-pesados para a garagem do ácido, local onde as perspetivas perderão em
evidência para ganhar em longo alcance. A República Masónica faz-se hoje, mais
do que nunca, com canções, ainda que os versos valham tanto como os “riffs”.
“Celebrating the sun”, um dos momentos mais fortes de “Chemical Love Songs”,
vive de um crescendo de guitarras incandescentes, “acid jam” dedicada ao sol,
filtrada, todavia, por um par de óculos-escuros, menos filiada nos Verões
californianos dos Grateful Dead (o título podia ser deles…) do que nas trips dos
Amon Düül II de “Phallus Dei”. “Diary” lembra-se de que os anos 60 existiram e
de que os Velvet Underground foram (também) uma banda pop mas é a corrosão
lisérgica do tema final, “Emptiness song”, a demonstrar que os MRM não ficaram
surdos ao krautrock nem, provavelmente se importariam que o próximo álbum fosse
produzido por Julian Cope…
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