Sons
11
de Julho de 1997
poprock
Roberto
Musci, Giovanni Venosta & Massimo Mariani
Losing
The Orthodox Path
VICTO, DISTRI. ÁUDEO
“Samples”
invertidos de música instrumental da Idade Média, fragmentos de canto aborígene
da Tailândia, um “loop” de uma sonata de violoncelo de Benjamin Britten, mais
“samples” de Palestrina, Monteverdi, Schütz, Ravel, Frank Zappa... Vozes de
golfinhos, uma dissertação de Segovia sobre a música, outra de Pierre Schaffer
sobre música concreta. Erik Satie e o trovador Peire Vidal. Canto gregoriano
modificado num leitor de CD. Vozes de místicos “sufi” e percussões do antigo
Egito. Instrumentos eletrónicos e tradicionais em quantidade inacreditável.
Tudo transformado, depurado, massacrado, ampliado, distorcido, deslocado, misturado,
transmutado num mundo sonoro sem fronteiras nem definição. Alguns devem
lembrar-se. É o regresso da dupla italiana Roberto Musci/Giovanni Venosta,
agora na companhia de um terceiro estratego e multinstrumentista, Massimo
Mariani, e da mesma fórmula das obras-primas “Water Messages on Desert Sand”,
de 1987, e “Urban and Tribal Portraits”, de 1988, às quais se seguiram, em
1992, o mais abstrato “A Noise, A Sound”. As três primeiras peças de “Losing
The Orthodox Path”, escritas para o bailado “Principle of Moment”, de Dieter
Heitkamp, para a Tanzfabrik de Berlim, são um prolongamento da estética de
colagem de “Movies”, de Holger Czukay. As restantes dão entrada no labirinto
criado por estes italianos que inventaram novas máscaras para a música
contemporânea. A visitar longa e demoradamente, como uma exposição e hologramas
de universos imaginários. (8)
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