14/08/2014

Musci, Venosta & Mariani - Losing The Orthodox Path



Sons

11 de Julho de 1997
poprock

Roberto Musci, Giovanni Venosta & Massimo Mariani
Losing The Orthodox Path
VICTO, DISTRI. ÁUDEO

“Samples” invertidos de música instrumental da Idade Média, fragmentos de canto aborígene da Tailândia, um “loop” de uma sonata de violoncelo de Benjamin Britten, mais “samples” de Palestrina, Monteverdi, Schütz, Ravel, Frank Zappa... Vozes de golfinhos, uma dissertação de Segovia sobre a música, outra de Pierre Schaffer sobre música concreta. Erik Satie e o trovador Peire Vidal. Canto gregoriano modificado num leitor de CD. Vozes de místicos “sufi” e percussões do antigo Egito. Instrumentos eletrónicos e tradicionais em quantidade inacreditável. Tudo transformado, depurado, massacrado, ampliado, distorcido, deslocado, misturado, transmutado num mundo sonoro sem fronteiras nem definição. Alguns devem lembrar-se. É o regresso da dupla italiana Roberto Musci/Giovanni Venosta, agora na companhia de um terceiro estratego e multinstrumentista, Massimo Mariani, e da mesma fórmula das obras-primas “Water Messages on Desert Sand”, de 1987, e “Urban and Tribal Portraits”, de 1988, às quais se seguiram, em 1992, o mais abstrato “A Noise, A Sound”. As três primeiras peças de “Losing The Orthodox Path”, escritas para o bailado “Principle of Moment”, de Dieter Heitkamp, para a Tanzfabrik de Berlim, são um prolongamento da estética de colagem de “Movies”, de Holger Czukay. As restantes dão entrada no labirinto criado por estes italianos que inventaram novas máscaras para a música contemporânea. A visitar longa e demoradamente, como uma exposição e hologramas de universos imaginários. (8)

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