Pop
Rock
20
de Junho de 1996
poprock
Elliott Sharp
Field
& Stream
ATONAL, IMPORT. SYMBIOSE
Elliott
Sharp, ou E#, o desconstrutivista da guitarra, aderiu ao “jungle”. Não é um
passo de todo imprevisível, dado os antecedentes deste músico, em álbuns como “In
The Land of the Yahoos” ou “Tectonics”, reveladores de um gosto pronunciado
pelas programações rítmicas cruzadas que exploram tanto a velocidade como a
sobreposição de diferentes compassos em simultâneo. “Field & Stream” é,
neste particular, a sistematização desse conceito de polirritmia que funciona
como base de um ambientalismo noturno disfarçado. A quase totalidade dos temas
inicia-se com sequências de guitarra e baixo elétricos (o instrumento de dois
braços de Sharp acumula as duas funções), num registo de distorção/saturação
tímbrica, para em seguida se desmultiplicarem numa orgia de bits e bytes de
computador, confrontados, no tema inicial, com as programações de “drum’n’bass”
de Frank Rothkamm, ou, em “Fzarp”, com o “sampler” de Zeena Parkins. No seu
sobressalto constante de aceleração/desaceleração eletrónica, “Field &
Stream” faz ainda a dissecação do “dub”, em “Anatomic Dub”, e uma revisitação
ao lado mais anárquico de Sharp, na conclusão com “Lithic”, ruído rosa em
ondulações petrificadas que determinam uma inversão de sentido do lado mais
programático que orienta este novo trabalho do guitarrista de cabeça rapada. (8)
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