13/08/2014

Elliott Sharp - Field & Stream



Pop Rock

20 de Junho de 1996
poprock

Elliott Sharp
Field & Stream
ATONAL, IMPORT. SYMBIOSE

Elliott Sharp, ou E#, o desconstrutivista da guitarra, aderiu ao “jungle”. Não é um passo de todo imprevisível, dado os antecedentes deste músico, em álbuns como “In The Land of the Yahoos” ou “Tectonics”, reveladores de um gosto pronunciado pelas programações rítmicas cruzadas que exploram tanto a velocidade como a sobreposição de diferentes compassos em simultâneo. “Field & Stream” é, neste particular, a sistematização desse conceito de polirritmia que funciona como base de um ambientalismo noturno disfarçado. A quase totalidade dos temas inicia-se com sequências de guitarra e baixo elétricos (o instrumento de dois braços de Sharp acumula as duas funções), num registo de distorção/saturação tímbrica, para em seguida se desmultiplicarem numa orgia de bits e bytes de computador, confrontados, no tema inicial, com as programações de “drum’n’bass” de Frank Rothkamm, ou, em “Fzarp”, com o “sampler” de Zeena Parkins. No seu sobressalto constante de aceleração/desaceleração eletrónica, “Field & Stream” faz ainda a dissecação do “dub”, em “Anatomic Dub”, e uma revisitação ao lado mais anárquico de Sharp, na conclusão com “Lithic”, ruído rosa em ondulações petrificadas que determinam uma inversão de sentido do lado mais programático que orienta este novo trabalho do guitarrista de cabeça rapada. (8)

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