6 Outubro
2000
POP
ROCK - DISCOS
Kreidler
Kreidler
(7/10)
Wonder, distri. MVM
Dois álbuns, “Weekend” (1996) e
“Appearance and the Park” (1998), com a sessão de remisturas “Resport” pelo
meio, foram suficientes para os Kreidler serem comparados aos Kraftwerk ou
elogiados publicamente por gente como David Bowie, Arto Lindsay, Pavement,
Stereolab e Nicolette. Stefan Schneider, que partilhava a sua atividade com os
To Rococo Rot, abandonou entretanto o grupo no final das gravações de
“Appearance and the Park” ficando o grupo reduzido ao trio Andreas Reihse,
Detlef Weinrich e Thomas Klein, auxiliados pelo baixista substituto Alex
Paulick. “Kreidler” surge então como um renascimento que, se não rompe em
absoluto com o passado, o reformula segundo novos modelos não inteiramente
satisfatórios. Permanecem os ambientes de nostalgia, mas a verdade é que esta
nova coleção de naturezas-mortas eletrónicas padece de alguma anemia e
autocontemplação. O tema de abertura, “Circles”, contribui com mais uma pedra
para a construção da estátua de homenagem aos OMD. O mesmo acontece com
“Mnemorex”, uma canção da boa velha pop eletrónica, vocalizada pelo convidado
Momus. “Bewitched” é, por outro lado, a primeira incursão declarada dos
Kreidler no “easy listening”, mas o encosto comodista a soluções preguiçosas
que passam pelo trip-hop, o “chill-out” e o “ambiente tecno” sugerem que o
ambientalismo se recolheu, veremos se no tempo de um álbum ou em definitivo, no
palácio gasto dos “estetas” fartos de aventuras. Ilustrativos desta desistência,
temas como “Sans soleil”, “Beauties”, “Ashes” ou “The boy who wonders” dão aos
Kreidler a imagem daquilo que eles nunca foram: uma banda vulgar.
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