18/08/2014

Kreidler - Kreidler



6 Outubro 2000
POP ROCK - DISCOS

Kreidler
Kreidler (7/10)
Wonder, distri. MVM

Dois álbuns, “Weekend” (1996) e “Appearance and the Park” (1998), com a sessão de remisturas “Resport” pelo meio, foram suficientes para os Kreidler serem comparados aos Kraftwerk ou elogiados publicamente por gente como David Bowie, Arto Lindsay, Pavement, Stereolab e Nicolette. Stefan Schneider, que partilhava a sua atividade com os To Rococo Rot, abandonou entretanto o grupo no final das gravações de “Appearance and the Park” ficando o grupo reduzido ao trio Andreas Reihse, Detlef Weinrich e Thomas Klein, auxiliados pelo baixista substituto Alex Paulick. “Kreidler” surge então como um renascimento que, se não rompe em absoluto com o passado, o reformula segundo novos modelos não inteiramente satisfatórios. Permanecem os ambientes de nostalgia, mas a verdade é que esta nova coleção de naturezas-mortas eletrónicas padece de alguma anemia e autocontemplação. O tema de abertura, “Circles”, contribui com mais uma pedra para a construção da estátua de homenagem aos OMD. O mesmo acontece com “Mnemorex”, uma canção da boa velha pop eletrónica, vocalizada pelo convidado Momus. “Bewitched” é, por outro lado, a primeira incursão declarada dos Kreidler no “easy listening”, mas o encosto comodista a soluções preguiçosas que passam pelo trip-hop, o “chill-out” e o “ambiente tecno” sugerem que o ambientalismo se recolheu, veremos se no tempo de um álbum ou em definitivo, no palácio gasto dos “estetas” fartos de aventuras. Ilustrativos desta desistência, temas como “Sans soleil”, “Beauties”, “Ashes” ou “The boy who wonders” dão aos Kreidler a imagem daquilo que eles nunca foram: uma banda vulgar.

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