23 Junho
2000
REEDIÇÕES
Feitas
as apresentações…
“An
Introduction to…” é uma série de divulgação do fundo de catálogo da editora
Island, com ênfase numa década, os anos 70, em que esta rivalizava, sobretudo
em matéria de artistas ligados à música progressiva, com a Harvest e a Vertigo.
“Way to Blue” é um bom cartão de
visita da obra de Nick Drake. Além
de uma seleção de temas extraídos da sua discografia oficial, inclui duas
canções de “Time of no Reply”, álbum de demos e versões alternativas editado em
1987, “Time of no reply” e “Black eyed dog” (8/10).
Sandy Denny é apresentada através de “Listen Listen”. Sandy, também hjá
desaparecida, foi uma espécie de polo feminino de Drake. Era melhor cantora do
que compositora e os seus extraordinários dotes vocais podem ser apreciados
quer nos Fairport Convention quer na sua discografia a solo composta por quatro
álbuns, dos quais são extraídas as canções da presente coletânea: “The North
Star Grassman and the Ravens”, “Sandy”, “Like an Old Fashioned Waltz” e “Rendezvous”
(8/10).
Voltamos
a ouvi-la em “What we did on our
Holidays”, dos Fairport Convention,
título que com alguma batota reproduz o do segundo álbum da banda.
“Fotheringay”, o clássico “Who knows where the time goes” (uma das
interpretações clássicas de Denny), “Farewell, farewell”, Tamlin” e “Walk
awhile” são algumas das canções escolhidas para a apresentação da rainha das
bandas de folk rock, responsável por álbuns fenomenais como o já citado “What
we did on our Holidays”, “Unhalfbricking”, “Liege and Lief”, “Full House” e
“Babbacombe’ Lee” (8/10).
John Martyn, o tal da voz parecida com
a de Nick Drake (de quem era amigo), mostra-se em “Serendipity”. A coletânea bem poderia centrar-se exclusivamente em
“Stormbringer”, com Beverley Martyn (o álbum seguinte da dupla, “The Road to
Ruin”, infelizmente não figura), e nos três fabulosos trabalhos a solo, “Bless
de Weather”, “Solid Air” (obra-prima absoluta deste músico autor de uma
original fusão de jazz, pop e folk) e “Inside Out” (um clássico do jazz folk).
Tudo o que veio depois é apenas interessante (6/10).
Dos
Traffic, onde pontificava a voz
“soul” de Stevie Winwood, é passada em revista a sua obra em “Heaven is in your mind”. Gravaram dois
álbuns magníficos, “Mr. Fantasy” e “John Barleycorn must Die” e um interessante
“The Low Spark of High Heeld Boys”. Começaram por ser praticantes de uma fusão
de jazz e blues tingidos de psicadelismo (“Mr. Fantasy”), passaram para o jazz
rock e acabaram por estiolar num “Adult Orientated rock” enjoativo. A coletânea
não faz distinções de qualidade… (6/10).
John Cale, anunciado, entre outras
coisas, como “iconoclasta”, “pensador”, “compositor clássico”, “selvagem do
rock ‘n’ rol”, “músico esquizofrénico profissional”, “cyber punk” e “pai”, está
bem representado em “Close Watch”.
Bastaria a inclusão de “Heartbreak hotel” e “Fear is a man’s best friend” para
o recomendar aos que ainda ignoram as suas atividades de terrorista. (8/10).
Passe-se
ao lado de “Walk in my Shadow”, dos Free, banda de hard-rock que se
notabilizou por ter lançado o hit “All right now” que nem sequer figura na
presente coletânea. Os apreciadores de riffs de guitarra não perderão em deitar
um ouvido… (5/10).
Finalmente,
Julian Cope é apresentado por “Leper Skin”, que tem a seu favor
incluir dois lados B de singles (reunidos em “The Followers of Saint Julian”),
de permeio com temas extraídos da sua discografia compreendida entre 1986 e
1992, dos álbuns “Saint Julian”, “My Nation Underground”, “Peggy Suicide” e
“Jeovahkill”. Rock e baladas/manifestos desvairados de um músico que faz das
pedras a sua profissão. Sejam elas de LSD ou do templo megalítico de
Stonehenge. (7/10).
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