POP ROCK Quarta-feira, 21 Maio 1997
Fernando Marques apresenta
coletânea
PARIS – PORTUGAL
fernando Marques é um guitarrista português
radicado em França há 16 anos cuja obra tem sido pouco divulgada entre nós. A
Milan acabou de editar o álbum “Águas que o Rio Leva ao Mar”, uma coletânea de
temas gravados até 1987 extraídos da sua anterior discografia. Depois dessa
data, Fernando Marques gravou, 1991, um álbum baseado na obra de Gil Vicente,
“Cantigas de Gil Vicente”, cuja apresentação esteve a cargo de Lídia Jorge. Foi
para França estudar guitarra clássica e por lá ficou. Dá, atualmente, aulas de
música e de literatura na Sorbonne, em Paris, onde nunca quis fazer carreira.
“Não sou do tipo de querer fazer carreira como cantor.” Canta quando lhe dá
“gosto”. Estar fora permite-lhe “aperceber-se do que há de bom em Portugal”.
“Águas que o Rio
Leva ao Mar” não esconde algumas das influências que o marcaram durante a sua
juventude, nomeadamente José Afonso, “um homem que respeitava perfeitamente a
musicalidade da língua portuguesa”, e o espanhol Paco Ibañez, “que tinha em
palco uma presença fabulosa”. Outra das suas “grandes paixões” foi a música de
Joe Cocker. Também gosta de música sul-americana.
A presente coletânea
reúne temas de “Sem Eira nem Beira”, considerado na altura, em França, o melhor
disco estrangeiro, um álbum gravado para a Le Chant du Monde, com a
participação de músicos angolanos, e “Suave”, gravado em Lisboa em 1985.
Pertencem a este álbum os temas mais populares e acessíveis de “Águas que o Rio
Leva ao Mar”. “Fiquei por cá três anos, muito caladinho, sem dizer nada a
ninguém, inspirando-me no dia-a-dia alfacinha”. Para Fernando Marques fica o
desejo de chegar com mais força ao público português, com um álbum que reflete
“uma vida feita de percursos”.
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